Estava ontem assistindo a um programa de futebol na TV aberta no melhor estilo “Mesa Redonda”: alguns ex-jogadores, alguns artistas e um apresentador. Um grupo de apaixonados por futebol falando de futebol! E eles seguiam discutindo a semana do esporte, fazendo algumas fofocas, claro, e comentando sobre performances de maneira geral, jogadores, técnicos e times.

Apesar de não acompanhar futebol (apenas as incansáveis vitórias do Mengão!) me atentei a um comentário interessante: os participantes da mesa redonda estavam discutindo o quanto um time era capaz, ou não, de dar o seu melhor em campo por não gostar do treinador. O assunto estava girando em torno do recente treinador a deixar o Flamengo Rogério Ceni e sobre o atual treinador Renato Gaúcho. Os comentários eram a respeito da diferença de atuação do time após a saída do Ceni. Era um consenso na conversa que o time não gostava do ex-técnico e que por isso não esteve disposto a dar o sangue nas partidas durante a liderança dele. Situação que evidentemente, na visão deles, mudou na liderança do Renato.

Alguns comentários surgiram em comparação a experiência dos técnicos, momentos diferentes, cultura do time versus o perfil do treinador, considerações a respeito de regras mais ou menos duras com relação a disciplina etc. Mas um dos artistas que estavam integrando a mesa, fez uma pergunta direta a um ex-jogador: “É verdade que se o time não gostar do treinador, ele faz corpo mole em campo?”.

A pergunta é delicada…primeiro porque dependendo da resposta o jogador poderia estar se “entregando” … (nem sei se ele ainda joga, nem sei o nome do coitado que ousou responder diretamente a esta pergunta….rs) e segundo porque ele poderia “entregar” um time inteiro…mas enfim, a resposta não tão direta assim, porém clara, foi: sim!

Essa discussão me chamou muito atenção e por isso compartilho aqui um complemento a essa conversa: Esse “sim” em resposta ao time de futebol, também se aplica ao mundo corporativo, aos times das empresas!

No mundo corporativo, as equipes também jogam contra ou favor de seus líderes, sim! Essa foi uma das primeiras lições que observei em minha carreira de RH. Uma equipe pode elevar ou derrotar com facilidade um gestor. Sem sombra de dúvida, por motivos muito mais relevantes do que os levantados no caso do futebol (que estava restrito a comentários sobre afinidade). Nas organizações os motivos que levam uma equipe a elevar ou derrotar uma liderança são de fato mais profundos e relevantes, mas acontecem da mesma forma.

Pessoalmente assisti uma equipe derrubar um gerente de uma Unidade Operacional apenas com resultados medianos. Imaginem uma Unidade Operacional que em um ranking de 18 unidades posicionava-se há pelo menos 16 anos entre as 2 primeiras do ranking alternando apenas nos indicadores (Faturamento ou Share de mercado) e repentinamente, após a mudança do Gerente, cai para a quinta ou sexta posição nesses indicadores, explode em SACs, aumenta os pedidos de transferência de funcionários para outras unidades e despenca nas disputas de premiações internas. E se você está pensando em conspirações e armações no melhor estilo dos folhetins de tv, engana-se. Acompanhei como Business Partner apenas a desmotivação da equipe de base beirando quase a inércia das atividades e o desespero total da média liderança sem ferramentas pra reverter a situação. Resultado? Gerente substituído às pressas! Resultado voltando….

E por que me lembrei disso tudo? Estava hoje mesmo, por coincidência, atendendo a uma empresa Cliente, que as sócias são duas profissionais brilhantes e mega competentes em seu ramo, mas que estão enfrentando uma enorme dificuldade em dar conta do crescimento da empresa por não ter um time alinhado, que jogue junto na mesma direção. E comentamos da importância de substituir alguns profissionais e começarmos a investir em contratar profissionais mais alinhados aos valores da empresa e com melhores competências técnicas e comportamentais às expectativas. Falamos do quanto uma equipe mal-formada e com pouco match de cultura pode mais parecer uma “quadrilha” jogando contra os objetivos e prejudicando o resultado geral!

Por conta da dificuldade com o time atual, essas profissionais tiveram que recuar na aceitação de clientes, para focar durante os próximos dias na composição da equipe com a contratação de um gestor e profissionais técnicos. Vale ressaltar o quanto essa estratégia de ajustar um pouco rota focando em gestão de pessoas, começando pelo ajuste da equipe através de um processo de profissionalização de recrutamento e seleção se tornou imprescindível nesse momento.

A busca e identificação de talentos é uma das soluções de nosso portfólio que acreditamos merecer especial atenção e por isso, aproveitamos o contexto para reforçarmos o quanto devemos dedicar tempo de qualidade e técnica para conduzir processos seletivos, pois o custo da pouca assertividade nesta pasta pode ter consequências graves, como perda de clientes atuais e incapacidade de absorção de novos clientes, por exemplo. E fica a pergunta: o que pode ser mais penoso do que isso para os negócios de maneira geral?

É por isso, que nós da A2 Caminhos Corporativos trabalhamos nessa pasta de captação de talentos como um processo diferenciado, com régua alta de qualidade e de enorme responsabilidade, pois nós acreditamos que sim: “se o jogador não gostar do treinador ele faz corpo mole em campo”!